sexta-feira, 21 de junho de 2013

História de Pelotas : Do sal ao açúcar


Pelotas atualmente é conhecida como a Capital Nacional do Doce devido ao seus famosos e deliciosos doces portugueses, no entanto  ao longo da história foi o Sal que permitiu o desenvolvimento da cidade do Doce e tal título. Isso mesmo,você não leu errado, o Sal.

O Charque e sua relação com os Doces de Pelotas: 


(Charqueada)   Fonte: Projeto Pelotas Memória

O Charque é um alimento típico do Rio grande do Sul  que tornou-se conhecido no século XVII  devido a sua elaboração onde a carne salgada era exposta ao sol com o objetivo de mantê-la por mais tempo própria ao consumo sendo muito semelhante a carne de sol (esta leva menos sal).

O charque iniciou-se na região de Pelotas com a chegada do português José Pinto Martins que saiu de Aracati-Ceará devido a uma forte estiagem e nas margens do Arroio Pelotas estabeleceu a primeira indústria de charque da região, inciava-se assim o ciclo do charque na cidade. A prosperidade do estabelecimento favorecido pela localização estimulou a criação de outras charqueadas no século XIV dando origem a povoação que demarcaria o inicio da cidade de Pelotas.
A produção do Charque tinha como principal destino a região nordeste (região açucareira por excelência). As embarcações iam carregadas de carne e voltavam com açúcar o que permitiu Pelotas consolidar-se na elaboração de seus doces (O açúcar daqui era escasso e de má qualidade)

    O Charque era o principal alimento da mão-de-obra escrava no Brasil naquele período sendo um investimento próspero a quem o produzia.Não demorou muito para que Pelotas fosse tomada por diversos casarões que refletiam o poder político e econômico dos "Barões do Charque" como eram conhecidos os donos das charqueadas.


   Foi no interior desses casarões que começou a fabricação dos doces portugueses pelas mãos das escravas, acompanhado pelo olhar atento de suas sinhás Portuguesas. Os doces eram servidos em reuniões da alta sociedade denominadas Saraus.


Com o tempo  passaram a conquistar o paladar dos habitantes da nossa região e passou a ser fonte de renda para algumas famílias. As narrativas contam que os escravos saiam as ruas com tabuleiros contendo doces portugueses, estes eram vendido em praças,portas de igrejas e ruas movimentadas. 
    A crise do sistema econômico baseado no Charque no século XX entre os anos 1920 e 1930  com a introdução do sistema de refrigeração por eletricidade e a concorrência com as charqueadas do Uruguai e Argentina causou um forte impacto nas famílias que do charque dependiam, nestas famílias as mulheres jovens ou não viram-se na necessidade de agir para assegurarem parte do orçamento doméstico.
   A tradição dos doces pelotenses remonta,portanto, ao século XIX, mas foi apenas no começo do século XX que o saber-fazer das doceiras desenvolveu-se como uma atividade econômica de caráter urbano. Paralelamente, na região rural, também chamada de zona colonial, a chegada de levas de imigrantes originários de algumas regiões da Europa, no final do século XIX, contribuiu para o aporte de elementos que foram fundamentais na constituição dessa.
Mas isto é assunto para novas postagens :)

Este Post é a abertura da seção Conheça Pelotas, nela irei abordar a história de nossa cidade e de seus prédios históricos que resistiram ao tempo e que hoje encantam os Pelotenses e a cada turista que visita Pelotas.

Espero que tenham gostado
Att 
Equipe Imperatriz Doces Finos


Fontes:
www.pelotas.com.br

http://www.igtf.rs.gov.br/wp-content/uploads/2012/10/mulheres-e-doces-o-saber-fazer-na-cidade-de-pelotas-2.pdf


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